O culto a Baco
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- Categoria: a história do vinho
Assim como Dionísio foi o deus do vinho na Grécia Antiga, Baco foi o deus do vinho dos romanos.
Com o declínio da Grécia, e a expansão do Império Romano, os deuses gregos foram incorporados na cultura e na mitologia romana. Assim, Dionísio deu lugar a Baco como o deus do vinho (apelido pelo qual já era conhecido na Ásia).
O culto a Baco tornou-se importante para os romanos aproximadamente em 200 a.C., e ficou conhecido como Bacchanalia, ou seja, Bacanal.
Inicialmente um ritual exclusivamente feminino, o culto a Baco era comandado por sacerdotisas conhecidas como bacantes, e acontecia somente em três ocasiões por ano.
Em um determinado momento, os ritos foram alterados, transformando o culto em um evento noturno, muito mais frequente, e incorporando muitos excessos, principalmente de caráter sexual. Além disso, ganhou proporções muito maiores, passando a incluir pessoas de ambos os sexos, de todas as idades e de todas as classes sociais.
O que se viu a seguir, em 186 a.C., foi a proibição dos Bacanais, em uma forte reação do senado romano, com a perseguição e morte de muitas pessoas ligadas ao culto, e a destruição de templos dedicados a Baco. Essa proibição pode ser considerada a primeira grande perseguição religiosa na Europa.
E por que o culto a Baco era tão mal visto? A má reputação desse festival deve-se à desordem e ao escândalo causados, à degradação dos costumes, aos excessos sexuais potencializados pelo consumo exagerado do álcool, ao caráter secreto e exótico dos rituais...
Além disso, o culto a Baco não tinha como finalidade o bem-estar coletivo, de Roma, mas sim a satisfação de desejos individuais. E isso fazia com que as autoridades tivessem receio de que as pessoas fossem tomadas pela lúxuria, perdendo totalmente a razão.
Assim, não se tratava apenas de uma questão religiosa ou moral. Os adeptos eram inclusive acusados de conspirar contra a República, apesar do culto não ter qualquer cunho político.
Mas não foi assim que Baco acabou entrando para a história, felizmente. Ele é lembrado, com alegria, como o deus do vinho, da colheita e da fertilidade. E acabou ficando mais famoso, inclusive, que Dionísio, o deus do vinho da mitologia grega!
Para encerrar, se quiser ler sobre Dionísio, clique aqui.
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